segunda-feira, 25 de julho de 2011

Canutama - Lideranças comunitárias e conselheiros de Unidade de Conservação participam de treinamento em legislação ambiental

    Lideranças da Resex e Floresta estadual de Canutama e conselheiros da Floresta nacional Balata - Tufari participaram de um treinamento em Sistema Nacional de Unidades de Conservação em Canutama no rio Purus, sul do Amazonas nos últimos dias 13 a 15 de julho.

A atividade, que faz parte da agenda do projeto FORTIS BR 319, liderado pelo IEB tendo como principais parceiros locais a CPT (Prelazia de Lábrea) e o Instituto Pacto Amazonico (Humaitá), ocorreu logo em seguida a reunião ordinária do Conselho Consultivo da FLONA Balata Tufari, agregando a participação de lideranças das Unidades de Conservação estaduais -RESEX de Canutama e Floresta Estadual de Canutama, com o apoio e a parceria da equipe local do CEUC (Centro Estadual de Unidades de Conservação). A consultora pelo IEB Regina Oliveira se utilizando de recursos audio visuais, jogos e dinâmicas literalmente "animou a platéia" tornando compreensível o conteúdo denso do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O servidor do Serviço Florestal Brasileiro baseado em Porto Velho, Moisés Vieira, explicou mostrando exemplos na prática a lei de concessão de florestas e as regras do Manejo Florestal Comunitário. Regina mostrou também vários exemplos de manejo de recursos naturais como o pirarucu, quelônios e produtos florestais não madeireiros despertando um enorme interesse dos participantes principalmente aqueles residentes nas unidades de conservação de uso sustentável.


No final da atividade as lideranças das UCs estaduais se reuniram para agendar as assembléias de fundação das associações, o que deve ocorrer no mês de setembro contando com o apoio do IEB e das parcerias. No horizonte dos conselheiros da FLONA a realização de intercâmbios e mais treinamento em legislação. Na avaliação geral dos presentes a atividade foi muito produtiva.

 
Estiveram presentes nessa oficina: técnicos do IDAM de Canutama, o Secretario Municipal de Meio Ambiente de Canutama a Colônia dos Pescadores, o Sindicado dos Trabalhadores Rurais (STTRC), a Associação dos Pequenos Moveleiros de Canutama (APESEMOC) e a Associação das Mulheres Indígenas do Médio Purus (AMIMP).

 
por: Marcelo Horta Messias Franco e Joedson Quintino do escritório regional do IEB em Lábrea 
fotos: Regina Oliveira

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Golpe baixo contra as florestas

Floresta é morta com mesmo método usado pelo Exército americano na guerra do Vietnã




Um crime ambiental pouco visto na história brasileira surpreendeu fiscais do Ibama, que detectaram o uso de veneno para desmatar grandes áreas de floresta amazônica. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, uma região equivalente a 180 campos de futebol na divisa do Estado do Amazonas com Rondônia foi desmatada com a ajuda de herbicidas pulverizados com uso de avião.A cena é desoladora. Milhares de árvores sem vida, em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.

"A floresta vira um grande paliteiro, facilitando o desmatamento. É o mesmo processo usado pelo Exército norte-americano para encontrar os vietnamitas na Guerra do Vietnã", disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Mário Lúcio Reis.

Os técnicos encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno. Especialistas ouvidos afirmam que esse tipo de agrotóxico mata as árvores de imediato e causa outros danos como a contaminação do solo, de lençóis freáticos, de animais e de pessoas.

Em entrevista à reportagem, o chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, Jerfferson Lobato, afirma que o uso de agrotóxico para desmate é recente, e que o mais comum é devastar com motosserras, tratores e queimadas. “Eles (os infratores) mudaram de estratégia porque em pouco tempo conseguem destruir mais áreas com os agrotóxicos. Assim, deixam de mobilizar muitos extratores para driblar a fiscalização do Ibama", disse. A terra, que pertence à União, está localizada ao sul do município de Canutama (AM), entre o Parque Nacional de Mapinguari e a terra indígena Jacareúba/Katawixi, que ainda não foi demarcada. Até agora, o único registro de uso dessas substâncias em desmatamentos no Amazonas era de 1999. Já em Rondônia, um registro foi feito em 2008, quando fiscais flagraram uma área de cinco hectares destruída por herbicidas na região de São Francisco do Guaporé.


Mais veneno

Os criminosos de floresta estão jogando pesado. Em outra reportagem, publicada no início da semana, a Folha revelou que no dia 17 de junho fiscais do Ibama apreenderam quatro toneladas de agrotóxicos, material suficiente para desmatar 3 mil hectares de vegetação. Segundo os técnicos, o alvo era a floresta nativa da União em Novo Aripuanã, no sul do Amazonas. Os produtos foram apreendidos em uma região de floresta desabitada às margens do rio Acari, afluente do Madeira, que fica nos limites entre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma e uma propriedade de um fazendeiro de Rondônia, que não teve seu nome revelado. A multa pode chegar a R$ 2 milhões.

do Jornal Folha de São Paulo / retirado do blog do Greenpeace