domingo, 22 de abril de 2012

SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS EM LÁBREA

Lábrea, 19 de abril de 2012


Já é tradição na cidade de Lábrea a realização da Semana dos Povos Indígenas, com programação cultural, exibição de filmes, danças e cantos tradicionais dos Paumaris, Apurinãs, Jamamadis, Jarawaras Banawás e Denis. Também tradicional é a caminhada que fazem desde o Bairro da Fonte, da sede da FOCIMP - Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (antiga OPIMP - Organização dos Povos Indígenas do Médio Purus) até a praça central de Lábrea, passando pelos predios da SESAI (FUNASA), FUNAI  e outros órgaos públicos , onde os índigenas fazem questão de expor publicamente suas demandas e críticas ao sistema público estruturado para por em prática as políticas públicas conquistadas pelo movimento indígena. Fizeram coro com os indígenas nesse ano representantes das RESEX Médio Purus e Ituxi , que também se queixam das condições de atendimento à saúde na zona rural de Lábrea, veja o vídeo:


Por Marcelo Franco - IEB


 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

NOTA DE REPÚDIO DO COLETIVO PURUS ÀS VIOLÊNCIAS NO SUL DO AMAZONAS

Manaus, abril de 2012

Nós, pesquisadores, professores, estudantes, trabalhadores e integrantesdos movimentos sociais, jornalistas, membros e associados do Coletivo PURUS, viemos através desta manifestar nossa indignação e profunda preocupação com as violências sofridas por extrativistas nos últimos meses na região sul do Estadodo Amazonas e norte de Rondônia.

No último dia 31 de março, a senhora Dinhana Nink, jovem de 28 anos, mãe de 3 filhos, foi cruelmente assassinada na frente de seu filho de 5 anos, pelo simples fato de ser moradora do assentamento Gedeão (município de Lábrea, AM) que está sendo alvo, há vários anos, e entre outras diversas comunidades da região, de interesses de grileiros de terras. Dinhana já vinha sofrendo ameaças por parte de madeireiros e já havia sofrido intimidações e agressões em novembro de 2011 por apoiar o movimento de denúncia da grilagem de terra no Sul do Amazonas. Em longa e detalhada matéria publicada no dia 29 de fevereiro de2012, o Jornal digital A Pública detalhou a situação dessas pessoas que vivem sob ameaça constante por parte de grileiros e madeireiros na região, pelo simples fato de defenderem a floresta em pé, o bem comum da população brasileira. Esses fatos mais recentes são apenas a sequência do que vem ocorrendo na região, onde no ano passado, outra liderança (Dinho) foi assassinada, sem que desde então seja tomada nenhuma medida concreta para a resolução do problema, além da mobilização da Força Nacional para a proteção dealguns destes ameaçados de morte.

Gostaríamos também de ressaltar que essas situações vêm se multiplicando na região, que nos últimos cinco anos tem sido alvo do avanço galopante da frente agropecuária rondoniense e que casos, ainda isolados, de ameaças e intimidações já estão sendo registrados dentro de terras indígenas, como no caso da Terra Indígena Paumari do Lago Marahã, Comunidade Ilha da Onça.

O Coletivo PURUS vem assim alertar as autoridades (Ministério Público,Ministério da Justiça, SDH, Policia Federal, IBAMA, INCRA, FUNAI e Força Nacional), assim como a comunidade científica e a opinião pública para agravidade dos acontecimentos recentes no Sul do Amazonas, solicitando imediatas providências das autoridades competentes para a resolução rápida dessas questões, a proteção efetiva dessas populações e as garantias plenas de seus direitos.

Quantas mortes anunciadas serão ainda necessárias para que as autoridades do país tomem consciência da importância da floresta em pé? Quantas mães equantos pais serão mortos diante de seus filhos antes que o governo abra os olhos para o que está acontecendo na Amazônia? Que modelo de futuro, que exemplo está dando o país ao mundo e às gerações futuras dando as costas para o que tem de mais valioso: a floresta e seus habitantes ? Quantas árvores serão derrubadas e quantas vidas serão tomadas para que finalmente se respeitem os direitos básicos à terra, à liberdade e à vida daqueles que vivem pela floresta e que por ela estão morrendo?

O Coletivo PURUS é uma rede que reúne pesquisadores e ativistas da sociedade civil que trabalham na região do Médio curso do Rio Purus, assim como comunidades e lideranças tradicionais que lá habitam. O Coletivo PURUS foi constituído em abril de 2010, no Primeiro Encontro Purus Indígena realizado na Universidade Federal do Amazonas, em Manaus.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cacau gera renda em comunidades de Boca do Acre e Pauini. Matéria-prima serve à fabricação de chocolate na Alemanha

Boca do Acre , 09 de abril de 2012

A comunidade Maracaju, na Reserva Extrativista (Resex) Arapixi, no interior de Boca do Acre, recebeu a visita de representantes de diversas instituições federais, estaduais, municipais e de produtores, que participaram da expedição Cacau Nativo do Purus. O grupo conheceu também outras três comunidades ribeirinhas da região – Prainha, Santo Elias e Fazenda São Sebastião, esta última localizada no entorno da Floresta Nacional (Flona) do Purus. Com a expedição, as instituições pretendem integrar esforços para fortalecer a cadeia produtiva do cacau nativo na região. A produção será realizada por meio do manejo, organização comunitária e beneficiamento do produto nas próprias comunidades. Os organizadores acreditam que a medida resultará na geração de trabalho e renda e em aumento de produtividade, de eficiência e de qualidade do produto. A várzea do rio Purus é pioneira no extrativismo do cacau nativo. Desde 2006, a Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar) contribui com a exportação do produto para a empresa de chocolates especiais Hachez (Alemanha). A cooperativa compra os frutos de cacau nas comunidades ribeirinhas e os transporta (inteiros ou apenas as sementes com polpa) para serem beneficiados em quatro unidades produtivas centrais. Para garantir a qualidade do produto, as unidades localizam-se em área estratégicas. No último ano, a cooperativa produziu cerca de 42 toneladas de cacau seco. No processo, foram envolvidos 553 extrativistas de 132 comunidades ribeirinhas dos municípios de Boca do Acre, Pauini e Lábrea (AM). A Resex Arapixi é uma das principais áreas produtivas envolvidas no projeto. Em 2011, 72 extrativistas de 11 comunidades coletaram cerca de 440 mil frutos, equivalentes a aproximadamente 11 toneladas de cacau seco.

Alagação de 2012 compromete a produção

Os moradores da comunidade Santo Elias, margem esquerda do rio Purus, já no município de Pauini, disseram que alagação de deste ano prejudicou muito a produção. Segundo eles, a água invadiu os terrenos onde estão os pés de cacau, além de inundar e danificar as estruturas das estufas, que servem para a secagem do caroço.

                                                                                                do site  - PORTAL DO PURUS