sábado, 17 de setembro de 2011

Movimento indígena do sul do Amazonas busca mais diálogo com unidades de conservação em estratégia para coibir desmatamento

Lábrea, AM – Começa na semana que vem um grande encontro reunindo as principais lideranças do complexo de terras indígenas e unidades de conservação que tentam formar uma barreira contra o avanço do desmatamento no sul do Amazonas. O Encontro Purus Indígena é organizado pela Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) e pelo Projeto Aldeias, um consórcio OPAN e Visão Mundial, que juntos vão apresentar o Plano de Vida do movimento indígena da região e os planos de gestão territorial dos povos Paumari do rio Tapauá. Os planos de vida e os planos de gestão territorial são conquistas dos povos indígenas do Médio Purus após três anos de discussões e sistematizações. Além de exporem acordos e necessidades das terras indígenas, eles sinalizam para parceiros do poder público e da sociedade civil quais são os pontos prioritários para ações conjuntas no contexto delicado do sul amazonense. Embora o Amazonas seja considerado um dos estados mais preservados da Amazônia, com cerca de 5% da área degradada, são os municípios de sua porção sul que vêm manchando sua reputação. Lábrea e Boca do Acre foram incluídas em 2011 entre os que mais desmatam a Amazônia Legal no Brasil. De acordo com o IDESAM, eles ocupam 6% da área do estado e são responsáveis por 15% do total de desmatamento. A grilagem forte e a abertura de fazendas de pecuária em grandes extensões (de 5 mil a 10 mil hectares), através do uso de fogo e, mais recentemente, até de agentes químicos desfolhantes, são um risco à integridade de unidades de conservação e terras indígenas. Este ano, um relatório de diversas organizações socioambientais demonstrou que, no caso das terras indígenas, a demora na homologação de áreas já reconhecidas, conflitos econômicos e fundiários são os principais gargalos para sua consolidação. Segundo o documento, há casos em que as terras indígenas tiveram 70% do território devastados.Essas mesmas entidades já identificaram que o sul do Amazonas está especialmente ameaçado pelas pressões de desmatamento em decorrência da instalação das hidrelétricas no rio Madeira, em Rondônia e também pelas obras de reestruturação das rodovias BR-319 (Manaus-Porto Velho), BR-230 (Transamazônica) e BR-317, que liga Lábrea a Rio Branco e faz parte da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).Por todos esses motivos, um dos enfoques do encontro são os debates sobre economia indígena, sistemas locais, produção e manejo, em contraposição ao modelo predatório que se avizinha. Outros temas fortes são de que maneira povos indígenas e unidades de conservação podem unir forças no propósito de proteção territorial, e, ainda, como garantir junto ao poder público a implementação dos planos de gestão desenvolvidos pelos povos indígenas.

Serviço:

O quê: Encontro Purus Indígena e apresentação do Plano de Gestão Territorial das Terras Indígenas Lago Manissuã, Lago Paricá e rio Cuniuá, do povo Paumari e Plano de Vida da FOCIMP.
Quando: 20 a 23 de setembro de 2011, das 8h às 18h. No dia 20, a abertura será às 15h.
Onde: Praça Coronel Labre - Auditório do Colégio Santo Agostinho, Lábrea, AM

Projeto Aldeias

O Projeto Aldeias se desenvolveu em 7 terras indígenas nas bacias dos rios Purus, Juruá e Jutaí. É uma iniciativa da OPAN e de Visão Mundial com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para apoiar a conservação da biodiversidade e ao manejo de recursos naturais nas terras indígenas Katukina do Biá, Deni, Paumari do Rio Cuniuá, Paumari do Lago Paricá e Paumari do Lago Manissuã, além do fortalecimento das organizações indígenas locais e regionais. Houve também uma componente em parceria com a Coordenação de Índios Isolados e de Recente Contato (FUNAI/CGIIRC), de proteção etnoambiental dos povos indígenas Hi Merimã e Suruaha, no marco da Frente Purus de Proteção Etno-ambiental.

OPAN

A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atualmente suas equipes trabalham em parceria com povos indígenas do Amazonas e do Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas à garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e na manutenção das culturas indígenas.

Contatos com imprensa
Andreia Fanzeres: +55 65 33222980 / 84765620
Email: comunicacao@amazonianativa.org.br
OPAN – Operação Amazônia Nativa
http://www.amazonianativa.org.br

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

MAIS DE 60 PESSOAS PARTICIPAM DO MÓDULO I DO PROJETO INCLUIGEO EM LÁBREA


Lábrea, 15 de setembro de 2011
Teve início no dia 5 de setembro e se estenderá até o dia 9 deste mês o módulo I do Projeto IncluiGEO: Geotecnologias livres para conhecer, incluir e preservar no Arco Verde – o município de Lábrea, AM.



Contando com mais de 60 participantes que se constituem em representantes da sociedade civil, de instituições como a FUNAI, o IFAM, o IEB, a CPT, das associações de moradores das RESEXs Ituxi e Médio Purus, de pescadores de Lábrea (APEL), de técnicos da SEMMA e SEDUC, de professores da rede de ensino básico e de alunos dos cursos de biologia e gestão ambiental da UEA, o 1º módulo do curso tem como objetivo apresentar conteúdos de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, noções de cartografia, assim como, difundir o acesso a base de dados espaciais via internet por instituições como o INPE e o IBGE. Outra ferramenta também utilizada foi o GPS para o ensino da coleta de coordenadas geográficas, noções de localização e medição de distâncias.

Para a coordenadora do projeto, professora mestre Danielle Pereira da Costa, a procura pelo curso superou em muito as expectativas, haja vista que inicialmente foram oferecidas 25 vagas e esse número teve que ser ampliado para 65. Ainda segundo a professora, esses números indicam quanto a temática desperta o interesse, seja pela potencial aplicação dos conhecimentos aprendidos nas rotinas de trabalho diário por professores e funcionários, seja, no que diz respeito às aplicações relacionadas à análise espacial de informações e gestão do território. É fato também que o aprendizado desses conhecimentos é fundamental para execução do módulo II onde os participantes do IncluiGEO utilização ferramentas do software livre Quantum GIS para geração de análises espaciais. É válido acrescentar que o projeto, financiado pelo CNPq tem como parceiros executores o curso de geografia da Escola Normal Superior da UEA/MANAUS, o SIPAM, o NEPECAB/UFAM, o INPA, o IBAMA e o ICMBio e constitui-se como uma das ações de capacitação realizadas pela Operação Arco Verde do governo federal. Por último, informa-se que os módulos II, III e IV ocorrerão nos meses de outubro e novembro também no Centro de Estudos Superiores de Lábrea.

Fonte: UEA - Centro de Ensinos Superiores de Lábrea

Fotos: UEA Lábrea

domingo, 11 de setembro de 2011

Nasce a Associação dos Agroextrativistas da Reserva de Canutama - ASARC

Canutama, 11 de setembro de 2011


Estivemos ontem na comunidade do Carmo, a duas horas e meia baixando o rio Purus num motor 90 HP, para consolidar um trabalho de mais de dois anos junto à população residente na RESEX Canutama que foi a fundação de uma associação comunitária que agrega as comunidades extrativistas locais. Nossa equipe, composta pela equipe local do IEB - Marcelo e Joedson, juntamente com o consultor Josinaldo Aleixo - "animador da platéia" , foi reforçada por um grupo de alunos do curso de licenciatura em biologia da Universidade do Estado do Amazonas (Campus de Lábrea-AM) e pelos companheiros de luta das RESEX Federais de Lábrea, Srs. Benedito Clemente e José Maria II, pela Resex Médio Purus e os Srs. Silvério Maciel e Irmão Chicão, pela diretoria da APADRIT, da Resex Ituxi.

Esse momento que marca definitivamente o protagonismo do povo extrativista ao se afirmarem donos de seus destinos não poderia ter acontecido sem a participação de entidades e associações locais como a Associação dos Seringueiros de Canutama, o IDAM e o CEUC (Governo do Estado do Amazonas), a CPT e a Paróquia São João Batista. Destacamos também a participação ativa da Prefeitura Municipal de Canutama através das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Produção e Abastecimento além da participação direta do prefeito João Ocivaldo Amorim que prestigiou a atividade. A Câmara de Vereadores de Canutama também se fez presente por meio do presidente da Câmara e uma comitiva de seis vereadores.

da esq. para a dir: Altemar Lopes, Josi Aleixo, Ocivaldo Amorim, Sr. Nonato e Loro (Sec. de Produção)

A programação dessa que foi a I Assembléia Eletiva da ASARC iniciou com a leitura e aprovação do Estatuto Social , seguindo com a formação e apresentação das chapas concorrentes finalizando com a eleição da diretoria. Estavam presentes no Carmo um público de mais de 300 pessoas com delegados das comunidades Paisse, Glória, Forte Veneza, Moará, Fortaleza, Bacadarú, Novo Ariá, Santo Antônio, Espírito Santo, Boca do Gavião, Bom Sucesso, Sacado, Vista Alegre, Paraiso, Santa Cora, Santana, Santa Maria, Nova Vista, São Tomé, Carmo, Santa Barbara, São Jeronimo, Mapiciari, Estirão, Nazaré, Açaituba, Marí, Araia da Ilha e Arraia.
Chapa eleita para a diretoria



Os presentes fizeram suas palavras de agradecimento e o presidente eleito Sr. Nonato agradeceu a todos falando dos grandes desafios que vem pela frente com as dificuldades apontadas pela população do interior de Canutama contempladas com a criação da Unidade de Conservação de Uso Sustentável que é a RESEX Estadual de Canutama.                             
                           Presidente eleito da ASARC , Sr. Nonato     


                     Por Marcelo Horta Messias Franco, Joedson Quintino e Josinaldo Aleixo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

XVIII ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS em Lábrea AM


No domingo dia 28 de agosto de 2011, aconteceu a XVIII Romaria da Terra e das Águas no município de Lábrea, organizada pela equipe local da CPT.
O Tema da Romaria foi: “Rios e Florestas ameaçados de morte. Os povos da Floresta preservam a vida do Planeta”

A escolha deste tema, que está em sintonia com o da Campanha da Fraternidade deste ano, teve como finalidade denunciar o grande índice de desmatamento, a pesca predatória, queimadas, poluição dos rios e lagos com os seus conseqüentes conflitos sociais entre outros de ameaças e morte de lideranças, colocando em risco a vida na nossa região. Por isso a primeira parte do tema: “Rios e Florestas ameaçados de morte”. A segunda parte do tema: “Os povos da Floresta preservam a vida do Planeta” teve como finalidade apresentar e valorizar a experiência de vida alternativa dos ribeirinhos e povos indígenas da região, que nas suas áreas demarcadas (Reservas Extrativistas e Terras Indígenas) mostram como é possível viver do extrativismo e da agricultura familiar sem acabar com a riqueza natural dos nossos rios e florestas.

A Romaria começou às 8horas no auditório do Colégio Marista, congregando a mais de 300 participantes (ribeirinhos, indígenas, trabalhadores rurais e membros das comunidades da paróquia) que foram acolhidos de forma alegre e festiva. Após a acolhida tivemos um momento de mística seguido de uma pequena reflexão e testemunhos de indígenas e ribeirinhos sobre o tema da Romaria. Seguimos em caminhada alegre, festiva e reivindicativa até o Igarapé do Caititú (Terra indígena Apurinã), onde continuamos com a celebração da Eucaristia, almoço partilhado e uma alegre tarde de festa e confraternização.



Equipe da Comissão Pastoral da Terra
Lábrea - AM