sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aluno do IFAM é premiado em concurso do IDESAM

Manaus, 18/07/2014

  O projeto ‘Aproveitamento de cascas oriundas do beneficiamento das amêndoas de Bertholletia excelsa (Humb. & Ponpl.) para uso decorativo na jardinagem’, do IFAM Campus Lábrea, foi uma das iniciativas premiadas no Concurso Jovens Empreendedores Florestais. Promovida pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM), a premiação ocorreu no auditório da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no dia 15 de julho.



O concurso tem o objetivo de fomentar ações empreendedoras por meio da elaboração e submissão de projetos técnicos de base florestal.
 
Preocupado com o descarte da casca da Castanha do Brasil no meio ambiente, o estudante José Eudes Alexandre, do primeiro ano do curso técnico em Florestas, junto com o professor Ricardo Aparecido Bento, propôs o uso do material descartado como decoração em canteiros e jardinagens, tendo em vista que o município de Lábrea é grande produtor do fruto, o qual a casca não tem utilização após a retirada das castanhas.
 
O projeto do Campus Lábrea recebeu prêmio de 1º lugar na categoria Usina de Beneficiamento. Durante a premiação, o estudante foi representado pela diretora do Campus Lábrea, professora Josiane Faraco.
 
Sobre o concurso
 
Discutir sobre os ecossistemas de negócios florestais nesse cenário é fundamental para motivar novas ideias. “É preciso englobar a organização e seus respectivos fornecedores, clientes, enfim parceiros no negócio de forma estratégica, respeitando seu ciclo e demandas”, explica o secretário executivo do IDESAM, Carlos Gabriel Koury.
 
A realização do concurso é pioneira na Amazônia, pois “além de estimular a discussão da temática, reconheceu os talentos e projetos de base florestal”, informa Koury. Ele destaca também a evidente participação de alunos do interior do Amazonas: 37,5% das propostas submetidas tiveram origem em municípios do interior.
 
Dentre os eixos temáticos abordados nos projetos, os recorrentes foram artesanato, economia verde, biotecnologia e produtos naturais, é o que informa Bruno Oliva, um dos organizadores do concurso.
 
“As ideias foram diversas e inovadoras, alguns proponentes criaram projetos para a comunidade, viveiro, escola”, salienta Oliva. A união dos saberes tradicional e técnico é importante para aproveitar de modo estratégico o recurso que a natureza dispõe e que a comunidade usufrui, finaliza.

Fonte: Site do IFAM, com informações e fotos do IDESAM.


Link relacionado:

Jovens empreendedores recebem premiação

 

 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

SOLENIDADE DE ENTREGA DE CDRU COLETIVA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO - UC FEDERAIS

      NOTA INFORMATIVA DO ITEAM - INSTITUTO DE TERRAS DO AMAZONAS

SOLENIDADE DE ENTREGA DE CDRU COLETIVA PARA ASSOCIAÇÕES MÃES DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS

Data: 05/06/2014
Local: Sede do Governo do Estado do Amazonas
Hora: 14h00.

O Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Política Fundiária – SPF e o Instituto de Terras do Amazonas – ITEAM, com a Interveniência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, procederá a entrega de 06 (SEIS) CONCESSÕES DE DIREITO REAL DE USO – CDRU COLETIVA PARA ASSOCIAÇÕES MÃES DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS aonde o Estado do Amazonas possui terras em seu domínio.
As 06 Reservas Extrativistas - RESEX (Médio Juruá, Baixo Juruá, Auati-Paraná, Rio Jutaí, Rio Unini e Médio Purus) são Unidades de Conservação Federais que abrangem 09 municípios do Estado do Amazonas (Carauari, Juruá, Uarini, Fonte Boa, Jutaí, Barcelos, Lábrea, Pauini e Tapauá), com área de extensão aproximada de 2.301.254,00 ha (dois milhões, trezentos e um mil e duzentos e cinqüenta e quatro hectares), beneficiando 06 Associações Mães, representantes legais de 1.468 FAMÍLIAS EXTRATIVISTAS, reunidas em 135 COMUNIDADES EXTRATIVISTAS/RIBEIRINHAS.

Essas 06 Unidades de Conservação Federais cortam os rios: Juruá, Jutai, Solimões, Purus, Unini e Rio Negro.

As 06 Associações Mães beneficiadas com a CDRU Coletiva são:
1.- Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC, com sede em Carauari - RESEX Médio Juruá
2.- Associação dos Trabalhadores/as Rurais de Juruá – ASTRUJ, com sede em Juruá - RESEX Baixo Juruá
3.- Associação Agroextrativista de Auati-Paraná – AAPA, com sede em Fonte Boa - RESEX Auati-Paraná
4.- Associação dos Produtores de Jutai – ASPROJU, com sede em Jutai - RESEX Rio Jutaí
5.- Associação de Moradores do Rio Unini – AMORU, com sede na Comunidade de Tapiira, na RESEX do Rio Unini, em Barcelos - RESEX Rio Unini
6.- Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus – ATAMP, com sede em Lábrea - RESEX Médio Purus

Fonte : ITEAM - Aginaldo Queiroz Silva

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

UFAM: Corpo discente de Antropologia emite nota em apoio a indígenas do Sul do Amazonas

Nota de Apoio do Corpo Discente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas aos Povos Indígenas do Sul do Amazonas

 
Os povos indígenas da região do Rio Madeira trazem em suas trajetórias a marca da histórica perseguição desenfreada ao longo dos processos de ocupação da Amazônia. Trata-se de atos de genocídio que culminaram na perda de territórios e na dizimação de milhares de vidas.
 
Uma atualização deste processo – de investida contra os grupos indígenas da região do Rio Madeira – tem se mostrado a partir da emergência de manifestações violentas de desrespeito aos direitos indígenas e apontam para inúmeras tentativas em reverter direitos já estabelecidos na Constituição, como no “capítulo VIII, artigo 231, onde é conferida à União a responsabilidade de demarcar suas terras, garantir a sua proteção bem como todos os seus bens e o que é previsto na Convenção n° 169 da OIT e no Decreto n° 6.040 de 07 de fevereiro de 2007”.
 
Tais manifestações estão sendo operadas de maneira extrema no Sul do Amazonas, justificadas a partir do suposto desaparecimento de três homens não-indígenas na Terra Indígena Tenharim do rio Marmelo. Desde então, os indígenas da região passaram a ser hostilizados e uma onda de violência e ataques ao patrimônio público revelou a discriminação e a intolerância que tomaram conta das ruas de Humaitá, Manicoré e Apuí.
 
Diante desses fatos, nós, alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas, gostaríamos de expressar a nossa solidariedade ao Povo Indígena Tenharim, bem como às famílias dos desaparecidos, que estão preocupadas e merecem respostas a respeito do que de fato aconteceu.
 
No entanto, precisamos deixar claro nosso total repúdio à forma como interesses econômicos e políticos estão sendo colocados em primeiro plano, a despeito da dor dessas famílias, da integridade física dos indígenas e dos moradores de Humaitá, bem como dos direitos constitucionais citados acima.
 
Os fatos que estão ocorrendo no município de Humaitá não são ações de solidariedade às famílias dos desaparecidos, muito menos de responsabilidade destas. Os verdadeiros promotores da destruição, da difusão de ideias racistas e das agressões, tem feito uso dos meios de comunicação para favorecer seus interesses. São eles: madeireiros, garimpeiros e políticos da região de Humaitá, Manicoré e Apuí. Basta uma pesquisa simples para notar que essa região tem sido o principal alvo de disputas territoriais pelo agronegócio, marcada pela exploração de recursos naturais, pelo aumento notório do desmatamento e pela proliferação de garimpos ilegais no estado do Amazonas.
 
Os diferentes grupos empresariais que se estabeleceram na região, têm aproveitado o momento de comoção da população local e orientado todos a agir violentamente contra os indígenas, fazendo uso de um argumento pretensamente de justiça e humanitarismo. Em absoluto não é disso que se trata. Isso fica claro quando foram promovidos os incêndios contra os veículos de atendem também às aldeias Tenharim na T.I, que ocorreram no curso desses fatos. Um dos argumentos utilizados é o de que os indígenas cobram pedágio de forma irregular na BR 230 (Transamazônica). Para os indígenas essa é uma forma de compensação ambiental pelos danos causados pela abertura da rodovia. Fato que parece encontrar eco no MPF/AM que incluiu os Tenharim e os Jiahui no relatório da Comissão da Verdade, que busca reparar os crimes cometidos pela Ditadura Militar.
 
Não bastasse a violência concreta, física e material, as redes sociais e blogs foram, e estão sendo, inundadas por uma série de comentários preconceituosos, de apologias aos crimes de ódio e de ameaças de morte aos indígenas e a quem os apoia. Para nosso espanto, tais atitudes têm sido promovidas até mesmo por docentes desta Universidade Federal do Amazonas, lotados no Campus do Polo Vale do Rio Madeira, em Humaitá, o que esperamos seja objeto de atenção da Instituição, por meio de processo administrativo.
 
Diante dos fatos expostos, esperamos que seja dada a devida atenção à situação extremamente tensa que está colocando em risco vidas humanas e que, em meio a tanto ódio e preconceito, prevaleça o bom senso e que os direitos civis e individuais, de indígenas e não indígenas, sejam respeitados.
                                                                                                                                 
 
   Manaus, 14 de Janeiro de 2014.