quarta-feira, 30 de dezembro de 2009





PELAS BARRANCAS DO MADEIRA


Como diz o Lema dos/as ribeirinhos/as “O CAMINHO SE FAZ CAMINHANDO...”
Nos dias 16, 17 e 18 de dezembro realizou-se mais um encontro das comunidades da calha do médio Madeira. Este foi precedido por duas reuniões em cada um dos três setores da “Área Missionária do Beiradão”; e da ida da Comissão dos Assentamentos agroextrativistas a Manaus, para apresentar a pauta de reivindicações dos vários Assentamentos e Comunidades Ribeirinhas de Humaitá e de Manicoré à Superintendente do INCRA.

O Encontro aconteceu no Salão D. José em Humaitá com a presença de 140 ribeirinhos/as.
Os Objetivos do mesmo foram;

1. Repasse dos encaminhamentos de Manaus;

2. Apresentação dos estudos e encaminhamentos sobre “Acordos de Pesca” nos Lagos do Acará, Antônio e Três Casas.

3. Apresentação de experiência com “Manejo de Jacarés” RESEX do Cuniã;

4. Resgate e fortalecimento do Conceito e Prática da Liderança.

O mesmo foi continuação da Parceria entre IIEB ( Instituto Internacional de Educação do Brasil ) e Diocese de Humaitá.


Podemos afirmar que onde há trabalho de base, participação; há consciência e a vida acontece. Por isso, com alegria desejamos FELIZ NATAL E 2010 DE ESPERANÇA


Irmãs Iandra Jackline e Angélica Toneta

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Participantes avaliam curso de Ferramentas Econômicas para Conservação

Realizado em outubro, o curso de Ferramentas Econômicas para Conservação teve a participação de 28 pessoas entre técnicos dos municípios do sul do Amazonas, gestores de unidades de conservação, profissionais ligados às organizações da sociedade civil, além de servidores do Estado do Amazonas da área ambiental.


















A 14ª edição do curso foi inteiramente destinada aos técnicos e gestores da região sul amazônica como uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional dirigida às pessoas e instituições cuja atuação possui interface direta com as políticas ambientais da região.

Em entrevista, os participantes avaliaram a atividade e sua aplicação no cotidiano de suas organizações. Adelar de Alcântara, 37 anos, coordenador de controle ambiental da Prefeitura Municipal de Apuí destacou que o curso despertou seu interesse pelo tema economia voltada para conservação e que a aplicação da ferramenta de análise de custo-benefício ocorre na elaboração de um projeto que será apresentado ao Fundo Nacional de Meio Ambiente. Neste mesmo caminho, Ivanete Silva, 49 anos, administradora da ONG Kanindé, relatou que apesar do tema economia não lhe ser familiar, o aprendizado sobre análise de custo-benefício ela tem utilizado nos projetos da instituição.

Outro destaque na avaliação dos participantes foi à aplicabilidade das ferramentas para a compreenssão da viabilidade econômica de um projeto. Cláudia Rios, 26 anos, analista ambiental da Flona do Purus - ICMBIo, compartilhou que a equipe da Flona deu início à implementação do manejo florestal comunitário e que os conteúdos apreendidos possibilitam a valoração dos recursos naturais da UC. Também destacou que o curso também permitiu conhecer potenciais parceiros a partir dos contatos e experiências relatadas.

Numa perspectiva de melhorar as próximas edições do curso, os participantes identificaram a necessidade de compatibilizar a quantidade de conteúdos com o tempo disponível para sua realização, bem como uma maior utilização de estudos de caso para exemplificar o uso das ferramentas. Ivanete relembrou que “as informações e atividades eram muitas, mas o tempo foi pouco para tanto aprendizado”, já Adelar destacou que “o tempo disponibilizado para as atividades era cronometrado, o que deixava as pessoas um pouco tensas e tornava a atividade mais difícil de ser realizada”.

Do ponto de vista da qualidade do professores, os entrevistados comentaram a excelência na exposição dos conteúdos e na seleção e aplicação das atividades práticas. Marília da Silva, 26 anos, pesquisadora-auxiliar da ONG IMAZON explicitou que o seu aproveitamento foi ótimo, pois a interação com os professores e demais participantes permitiu desenvolver novas idéias para os projetos em andamento em sua organização.

Por fim, para os técnicos do IEB que participaram da atividade entre as contribuições do curso estavam um maior entendimento da linguagem econômica, o aprimoramento o uso de ferramentas para validação de cadeias produtivas, além do aprendizado sobre as ferramentas de valoração econômica dos recursos naturais. Todos foram unânimes em afirmar que a partir do curso poderão encontrar o equilíbrio na análise dos aspectos econômicos e sociais no processo de tomada de decisão dos projetos desenvolvidos pelo IEB na região.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Viagem da Comissão dos Projetos de Assentamento Agroextrativistas de Humaitá e Manicoré a Manaus e Presidente Figueiredo - AM



Entre os dias 12 e 15 de outubro de 2009, foi realizado a viagem da Comissão dos Assentamentos Agroextrativistas de Humaitá e Manicoré a Manaus e Presidente Figueiredo para reunião com a superintendente do INCRA Sra. Maria do Socorro Marques Feitosa e intercâmbio no Quintal Agroecológico da Família Schwade respectivamente. A viagem foi um encaminhamento do I Encontro dos Assentamentos Agroextrativistas realizado em Humaitá em agosto.


Os objetivos desta viagem foram (a) entregar à Superintendente do INCRA no estado do Amazonas o documento contendo as reivindicações e necessidades dos PAEs, (b) entregar o documento ao Ministério Público Federal no estado do Amazonas a Dra. Luciana Gadelha e (c) realizar o intercâmbio de experiências sobre Agroecologia com ênfase em agricultura familiar em um quintal agroecológico no Município de Presidente Figueiredo a 100 km de Manaus na BR 174.

Na viagem participaram 09 assentados/as que fazem parte da comissão, assim apresentados:
• Cleomar Lobato da Cruz, PAE Botos (Humaitá)

• Elder Márcio Leão Lima, PAE Fortaleza (Manicoré)

• Eli Abadias Guimarães, Comunidade Recreio (Humaitá)

• Jean Carlos Silva Saraiva, PAE Lago do Antonio (Humaitá)

• José Maria Pereira de Carvalho, Comunidade São Paulo (Humaitá)

• Maria do Socorro Ferreira de Oliveira, Antonieta Athayde (Humaitá)

• Pedro Onofre Ferreira Mota, PAE Botos (Humaitá)

• Raimunda Patrícia Oliveira Gomes, Comunidade Restauração (Humaitá)

• Silvestre Ferreira Lima, Comunidade Tabuletas (Humaitá)

Também significativa foi a presença da representante da Diocese de Humaitá Irmã Iandra Jackeline Conrado.

Participou também desta viagem o representante da ONG HANDS do Brasil e Instituto IDEAS de Manicoré Dílson Carvalho Rodrigues, como encaminhamento do IEB de Manicoré.

A representante da CPT Amazonas, Marta Valéria Cunha, se fez presente na reunião com a Superintendente do INCRA.

A presente comissão aguarda o retorno das respostas às sua reivindicações ainda este ano, onde terão suas demandas inseridas no Plano Operacional Anual de 2010 do INCRA, na reunião que acontecerá nos dias 16,17 e 18 de dezembro no Salão Dom José na Diocese de Humaitá, onde estaremos discutindo a Formação de Lideranças e finalização do Acordo de Pesca com a presença do representante do Núcleo de Recursos Pesqueiros do IBAMA, James Besssa.

Doney Vitor
Assessor de Campo
Fortis Humaitá

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

II Seminário Regional da OPAN em Lábrea: A interface entre Unidades de Conservação e Terras Indígenas


A Operação Amazônia Nativa (OPAN) realizará seu II Seminário Regional em Lábrea-AM, nos dias 21, 22 e 23 de outubro. O tema do seminário será: “Interface entre as Terras Indígenas e Unidades de Conservação”. A proposta do evento é propiciar o acesso dos povos da floresta às informações, programas e instâncias governamentais ligadas aos temas de conservação e desenvolvimento sustentável. Bem como fomentar a criação de redes e parcerias entre as ações desenvolvidas no interior das Unidades de Conservação e Terras Indígenas. O conceito de desenvolvimento para a região amazônica não pode excluir a maior parcela da população, que é composta por homens e mulheres que tiram a sua subsistência da floresta. Historicamente isso tem se repetido. Foi assim nos ciclos da borracha e está sendo novamente onde a frente de expansão já se instalou. Indígenas e ribeirinhos sofrem com a falta de apoio e perspectivas para a criação de modelos que permitam a manutenção das suas práticas tradicionais e agreguem melhorias em sua qualidade de vida. Recentemente, Lábrea ganhou destaque negativamente por estar na lista dos municípios com os maiores índices de desmatamento no Amazonas. Ao mesmo tempo, o conjunto de terras protegidas que era formado por Terras Indígenas foi ampliado com a criação de Reservas Extrativistas e Florestas Nacionais. No entanto, ainda é preciso avançar na construção de um modelo adequado às potencialidades regionais. Apesar do panorama desafiador as possibilidades para a criação de um modelo que permita aos povos da floresta estarem inseridos no processo de desenvolvimento como protagonistas e não mais como mão de obra barata. Os olhos do mundo estão voltados para a necessidade de preservação da Floresta Amazônica e com isso, o trabalho e os produtos antes pouco valorizados ganham importância no cenário mundial, por seu apelo ecológico e social. Ao mesmo tempo ainda há muito que se avançar para que isso se torne uma realidade. Diante desses temas, a OPAN espera ao longo do seminário propiciar a partilha de informações, o acesso às instâncias governamentais e a formação de redes e parcerias entre indígenas e ribeirinhos da região do município de Lábrea. Para tal estarão presentes representantes do movimento indígena local; Associação das Mulheres Indígenas do Médio Purus (AMIMP), lideranças das etnias Jarawara, Jamamadi, Apurinã , Paumari e das RESEX: Ituxi e Médio Purus. Entre os componentes das mesas de discussão estarão:Jecinaldo Barbosa Cabral – Secretário de Estado para os Povos Indígenas; Cleyton de Oliveira Martins Javaé – Coordenador Secretário da Coiab; Jorge Nascimento – Secretaria Nacional de Economia Solidária – MTE; Conselho Nacional dos Seringueiros-Lábrea; FUNAI NAL-Lábrea e ICMBio-Lábrea.

por Fernando Penna - Opan


fonte: http://www.acriticadehumaita.com.br/amazonas.asp?id=290


http://www.amazonianativa.org.br/

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

I REUNIÃO PARA DISCUSSÃO DO MANEJO DA PESCA COM ENFÂSE NO ACORDO DE PESCA E MANEJO DE JACARÉ EM HUMAITÁ – AM.



Como parte dos encaminhamentos do Consórcio Fortis em Humaitá a partir do I Encontro dos Projetos de Assentamentos Agroextrativistas dos Municípios de Humaitá e Manicoré, onde foi inaugurada a agenda do Consórcio no município, foi realizada no dia 12 de setembro de 2009, na comunidade Palhal, a primeira reunião para discussão do Manejo da Pesca que tem o objetivo de retomar o processo do Acordo de Pesca, iniciado 2004 e do Manejo de Jacaré em Humaitá em três setores da calha do Madeira, Palhal, Lago do Antonio e São Paulo do Madeira, identificando os conflitos existentes nessa temática com o intuito assessorar o fechamento do Acordo de Pesca em Humaitá. Esta discussão tem o apoio da Diocese de Humaitá, área missionária do beiradão.

Estavam presentes nesta primeira rodada de discussões IEB - Doney Vitor (Assessor de Campo – Fortis Humaitá), Aurélio Diaz (Assessor de Campo - Fronteiras Florestais Humaitá),Diocese de Humaitá - Irmã Angélica e Irmã Iandra e Comunidades - Baetas, Urucuri, São Braz, São Vicente, Lago do Acará, Palhal, Vista Alegre, São Raimundo, Terra Preta, Primavera e Novidade.

As próximas reuniões acontecerão no Setor do Lago do Antonio, dia 19 de setembro e no Setor de São Paulo do Madeira, dia 26 de setembro e contará com a participação de todas as comunidades adjacentes a estas áreas.

Doney Vitor
Assessor de Campo 
FORTIS Humaitá

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

I Encontro dos Projetos de Assentamentos Agroextrativistas de Humaitá e Manicoré



PELAS BARRANCAS DO MADEIRA




Nos dias 12,13 e 14 de agosto de 2009, no Salão Dom Jose, aconteceu o I ENCONTRO DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTO AGRO EXTRATIVISTAS HUMAITÁ E MANICORÉ. Fizeram-se presentes 70 ribeirinhos/as de 10 Assentamentos e representantes de 5 Comunidades. O Encontro foi promovido pela Diocese (Área Missionária do Beiradão), com o Apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB e da Comissão Pastoral da Terra - CPT.

O mesmo teve como objetivos:

• Fazer um Diagnóstico da Realidade dos Assentamentos;

• Aprofundar as possibilidades e limites dos PAAEs.;

• Encaminhar Documento, com as reivindicações, de cada Assentamento e das comunidades, à Superintendente do INCRA e ao Ministério Público.

Foi formada uma Comissão com 10 representantes dos Assentamentos e das Comunidades para encaminhar o Documento. Como a Superintendente do INCRA e o Ministério Público, justificaram a sua ausência no Encontro, a Comissão irá a Manaus, em data a confirmar, para entrega oficial do Documento.

Foram encaminhados ainda: Reuniões para discussão do Manejo da Pesca, com ênfase no Acordo de Pesca e Manejo de Jacaré, nos setores do Lago do Antonio, Palhal e São Paulo no mês de setembro e um encontro sobre Organização Social , na segunda quinzena de dezembro em Humaitá.

A avaliação foi positiva quanto à participação, encaminhamentos e parcerias.

Agradecemos a solidariedade da coordenação da Paróquia Imaculada, Pastoral da Criança e Irmãs do Patronato .



Diocese de Humaitá, Equipe do Beiradão.

sábado, 13 de junho de 2009

BR- 319: Audiência pública em Brasília para discutir os impactos da obra de asfaltamento













A equipe do IEB que atua no Sul do Amazonas pelo projeto FORTIS participou dia 08 de junho último da Audiência Pública : “Estradas da Amazônia: a questão da BR 319”, promovida pelo Ministério Público Federal. Estavam lá diversos representantes dos órgãos públicos que têm alguma responsabilidade na discussão do processo de licenciamento da obra.

O coordenador da equipe que formulou o EIA da BR-319, professor Alexandre Rivas, num espaço de vinte minutos se propôs a apresentar o Estudo de Impacto Ambiental da obra, que tem mais de tres mil páginas. Vale lembrar que este é o estudo contratado oficialmente e recomenda o asfaltamento da estrada. O estudo realizado pela Conservação Estratégica, organização membro do consórcio FORTIS, que disponibilizou inclusive exemplares para todos os presentes, aponta, por sua vez, muito claramente, a inviabilidade econômica da obra (veja no link: http://conservation-strategy.org/en/reports/reports).

O que se assistiu durante os debates na audiência pública, foi a equipe do Departamento Nacional de Infra-estirira de Transportes (DNIT), representado pelo Sr. Miguel Souza, e o professor Alexandre, tentando responder dezenas de questionamentos do público presente sobre falhas constatadas no EIA. O pouco tempo e disponibilidade de se debater em cima do estudo em si, frustrou a platéia gerando a impressão de que se tratava de um debate entre aqueles que seriam simplesmente “contra” versus os “a favor” da obra...


Surpreendente foi a apresentação do padre Gunter Kroemer, que é antropólogo e estuda a questão indigena nas calhas dos rios Madeira e Purus a mais de vinte anos. Gunter fez uma breve explanação sobre a questão dos índios isolados, mostrando o quanto a abertura da estrada fragiliza estas populações por permitir o acesso às áreas antes com muito pouca interferência externa. Lembrou do massacre ocorrido contra os Juma na década de 1960 onde os culpados nunca foram condenados. Sua fala foi reforçada pelo pronunciamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), ali representada pelo Sr.Gabriel Pedrozanni, que faz parte da Coordenação Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente, que afirmou também que falta a participação efetiva das comunidades na verificação dos impactos (a ausência de uma representação formal do movimento indigena organizado nessa audiencia é um sintoma disso).


A procuradora da república Debora Duprat questionou duramente o EIA, perguntando quanto a metodologia utilizada para abordar as populações tradicionais,já que o profesor Alexandre sequer foi capaz de responder quantas comunidades foram ouvidas no processo, e que a convenção 169 da OIT que versa sobre o direito dos povos diretamente afetados por obras serem consultados não foi considerada.


O Dr. Mario José Gisi, subprocurador geral da Republica e membro da 4 camara de coordenação e revisão também questionou o estudo, dizendo que não basta o governo pensar na criação das Unidades de Conservação, mas resolver a questão fundiária como um todo na area de influência da obra.


O Dr. Philip Fearnside, representante do INPA na audiência, também teve a oportunidade de demosntrar o quanto a BR irá acarretar, num medio e longo prazo no processo de depredação e devastação da floresta Amazônica.

A audiência terminou com a fala dos rerpesentantes do MPF os quais afirmaram que estarão discutindo encaminhamentos futuros diante do exposto, o que não aliviou a angústia daqueles que notaram que uma decisão política do governo tem muito mais peso do que o diálogo com a sociedade civil organizada. Realmente uma pena, como já foi comentado aqui nesse blog pelo colega, os políticos vão, os mandatos acabam mas, e a floresta? e as pessoas? e o futuro?

terça-feira, 9 de junho de 2009

ASSEMBLEIA DA ATAMP REÚNE 300 DELEGADOS PARA DISCUTIR ORGANIZAÇÃO SOCIAL NA RESEX MÉDIO PURUS



Aconteceu dos dias 27 a 30 de maio de 2009 a II Assembléia Eletiva da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus - ATAMP. O encontro, que foi precedido de uma viagem de articulação com as equipes da CPT, CNS, GTA e ATAMP, foi apoiado pelo consórcio FORTIS, através do IEB e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgao gestor das unidades de conservação de uso sustentável federais.
O objetivo desse grande encontro, nas palavras do presidente reeleito da ATAMP, José Maria Carneiro de Oliveira, foi o de "reunir aqui na comunidade Vila Limeira essa linda multidão para que todos esclareçam suas dúvidas de como funcionará a RESEX". José Maria também cobrou a presença do ICMBIO em Lábrea e Pauiní, municípos do sul do AM contemplados pela criação da Unidade.
Marcaram presença, além de ICMBIo e IBAMA, a câmara dos vereadores, secretário de produção, secretário de meio ambiente e representante do IDAM do municipio de Pauiní, além do servidor do INCRA, Sr. João Martins, que se colocou a disposição do público para esclarecer todas as duvidas em relação à inclusão dos moradores da Reserva Extrativista dentro do Programa Nacional de Reforma Agrária, de fato a primeira grande conquista vislumbrada pelas populações tradicionais.
A assembléia terminou com a reformulação da diretoria da associação e reestruturação de seu conselho administrativo por setores. Decretada pelo presidente da república no dia 08 de maio de 2008 tem uma população aproximada de 5.000 pessoas e uma área de 604.209 hectares, de fato, um desafio para a organização social, cujo primeiro grande passo agora foi dado.

domingo, 3 de maio de 2009

I ENCONTRO DOS MORADORES DA RESERVA EXTRATIVISTA ITUXI

As Populações Tradicionais que batalharam pelo decreto da RESEX já enchergam um futuro melhor para as suas famílias a partir desse ano. Decretada no dia 05 de junho de 2008 em solenidade com a presença do Presidente da República e ministro do Meio Ambiente a Reserva Extrativista do Ituxi entra em 2009 com seus moradores incluídos no programa nacional de reforma agrária do INCRA e agora já contam com a aguardada presença da gestão do ICMBIO. A servidora Adriana Mota se apresentou oficialmente nesse I Encontro assumindo o posto de chefia da UC. Ela que como chefe do escritório do IBAMA já vinha trabalhando em estreita parceria com as comunidades e organizações de apoio que durante esses anos se empenharam nessa luta árdua pelas RESEX em Lábrea.
O I ENCONTRO DA RESEX ITUXI ocorreu na comunidade Vila Vitória ou "Baú", a dois dias de barco da sede de Lábrea subino o rio Ituxi e teve duração de três dias (14 a 16 de abril)- Participaam em peso as comunidades Floresta, Mangutiari, Vila Canaã, Goiaba, Punicici, Cainágua,Cabeçudo, Volta do Bucho,Siriquiqui, Boca do Curequete e Vila Vitória, além de representantes da Fazenda Sheffer, vizinha a RESEX que lá estavam segundo a advogada Patrícia Maliski "defendendo os interesses legítimos do seu proprietário".
Na ocasião foram discutidos os principais problemas das comunidades, o Plano de Utilização da Unidade, a formação de seu Conselho Deliberativo e o levantamento Sócio-Econômico a ser realizado já na segunda quinzena do mês de junho.Todas as dúvidas das comunidades foram colocadas para a gestora da UC e registradas pela equipe de facilitadores para constarem em relatório.
A presença das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Produção e Abastecimento, Câmara dos Vereadores de Lábrea, escritório do IDAM de Lábrea, FUNASA e FUNAI engrandeceram a reunião, e representou para os moradores "uma demosntração de que com o engajamento das parcerias a implantação da RESEX vai caminhar de forma rápida, e os propósitos para que ela foi criada irão ser contemplados, gerando melhoria de vida para a população, refletindo na qualidade de vida do município".
O encontro foi planejado e organizado pelas organizações que compõem o coletivo do FORTIS em Lábrea, que inclui a APADRIT - Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembléia de Deus do Rio Ituxi.

SEMANA DOS POVOS INDIGENAS - MOVIMENTO INDIGENA MOSTRA SUA FORÇA


Médio Purus:

Ocorreu no sábado dia 25 de abril aqui em Lábrea uma caminhada comemorativa da Semana dos Povos Indígenas. Os índios Apurinã, Paumari e Jarawara partiram da sede da OPIMP no Bairro da Fonte, percorrendo as ruas do centro da cidade até a quadra da Escola Santa Rita, onde fizeram uma apresentaçao de cantos, dança e comida tradicionais. O evento , que homenageou o cacique Augustinho Apurinã, um pioneiro do movimento indígena do médio Purus, falecido no ano passado e a Irmã Cleusa, morta em 1985 no conturbado contexto que culminou no processo de demarcação terra indígena Caititu, foi organizado com a parceria do CIMI(Conselho Indigenista Missionário) e da OPAN(Operação Amazônia Nativa), além da AMIMP(Associação das Mulheres Indígenas do Médio Purus).
A participação ativa da juventude indígena Paumari e Apurinã foi um destaque nessa festa que todo os anos ocorre na cidade apesar do pouco apoio da prefeitura local e do preconceito que infelizmente ainda vigora na sociedade Labrense que mais uma vez não prestigiou os indígenas.
No mês de maio as ações continuam com a presença de lideranças locais no Acampamento Terra Livre em Brasília.
Por Marcelo Messias - hortamessias@yahoo.com.br
Foto: Gustavo Silveira

>>>>>> veja o link para Movimento Indígena no Medio Purus no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Ee4yj1JN__M

Comunidades do Ituxi mapeiam a área da RESEX




Ocorreu em Lábrea nos dias 01 e 02 de abril a I Oficina do projeto Novas Cartografias Sociais da Amazonia(PNCSA)com as comunidades da Reserva Extrativista Ituxi. A oficina foi ministrada pela proessora Thereza Meneses, antropóloga da UFAM, auxiliada pelo pesquisador norte americano Mason Mathews, da Universidade da Florida, residente em Lábrea há um ano onde desenvolve seu projeto de doutorado. Marcelo Messias pelo IEB , escritório do FORTIS, e o indigenista da OPAN Gustavo Silveira, etiveram apoiano, juntamente com a equipe da Pastoral da Terra de Lábrea que cedeu o salão da prelazia.

Com a metodologia ensinada pela professora, as pessoas tiveram noções de GPS, após explicarem e descreverem sua vida na RESEX, os principais problemas, as áreas de utilização dos recursos naturais e desenhados com detalhes em cartolina para geração do facículo específico da RESEX.

Todos os presentes avaliaram como muito positivo o trabalho que também servirá para subsidiar a discussão sobre o Plano de Utilização da Reserva, já que nessa oportunidade foram mapeadas as áreas de trabalho da castanha, pesca, conflitos e também denuncias de invasão e ilegalidades ambientais nas cabeceiras de afluentes do rio Ituxi

Participaram do encontro 30 pessoas das comunidades Vila Vitória, Floresta, Mangutiari, Vila Canaã, Goiaba, Punicici, Cainágua,Cabeçudo, Volta do Bucho,Siriquiqui e Boca do Curequete.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

BR-319, SONHO OU PESADELO?

Bom, queridos amigos, no dia 22 de abril passado, uma comitiva veio à cidade de Humaitá, eu não falaria para "buscar o consenso" nas obras do asfaltamento da BR-319 e suas conseqüências, vieram para vender seu produto, e vocês sabem o que é um vendedor capitalista? o vendedor anunciava na radio de forma obsessiva a necessidade vital da estrada, essa comitiva vendeu sim, vendeu a estrada para uma platéia cheia de ilusões, ilusões que são todas as soluções aos problemas daqui.

Meus amigos, aqui ninguém é contra o asfaltamento, mas me permito duvidar dos 21 planos para mitigação das obras e suas conseqüências, é melhor não olhar para esse lado, porque conhecendo o sistema publico brasileiro, ainda que seja feita uma consulta pública que nunca antes existiu, as políticas defensoras do meio ambiente a anos que não funcionam e que nunca conseguem deter o avanço do agronegócio.

Os políticos fazem isso: política, a eles não importa se no final as conseqüências serão piores que a solução, para eles importa vender ilusões a curto prazo, se a estrada não sair, eles já estarão bem longe daqui e terão feito seu trabalho.

Curioso, todos os funcionários levaram camisetas que mais que o debate pediam insistentemente o asfaltamento.

A estrada não é só o progresso, é o fim de todos os problemas aqui no sul do estado, será a ponta para a economia local decolar, será a ligação com o pacifico, com a ZFM e com o motor econômico do Brasil, a estrada melhorará os serviços e questões sociais nos municípios que atravessa e, por que não dizer, será a alavanca para os políticos de turno ser reeleitos nos locais de trabalho. Curioso que até deputados rondonienses estão abraçando a causa do asfaltamento, casualidade serem deputados federais e não estaduais!

A única pessoa que levantou a voz, com força e sem medo foi o representante do povo indígena, quem através da COIAB perguntou o preço do asfaltamento e do progresso para as gerações futuras. Mereceu meu aplauso, me senti identificado.

Eu não consegui sentir a força do povo ribeirinho, acredito que a estrada como todas as grandes obras de infraestrutura no Brasil acercam a população do norte para as necessidades da população do sul, não existe simbioses entre os dois.

Mencionar que o representante do IBAMA fez questão de ler a liminar que foi cassada pela equipe jurídica dessa mesma entidade, se gabando do esforço feito para fazer as coisas acontecer, aqui todos somos do bem!

Pois é, a apresentação do estudo de mais de 3000 paginas foi apresentado em menos de uma hora, e por volta das 22:30hrs deu lugar às perguntas, já com a platéia menos cheia, foram saindo perguntas, questões fundiárias, preocupações com as reservas, com os passivos ambientais que os grandes produtores rurais tiveram que pagar pelo tempo que a estrada foi abandonada, o retrocesso econômico que sofreram durante tanto tempo... varias pessoas fizeram questionamentos duvidando da credibilidade da chegada tão esperada do asfalto, mas o pessoal do DNIT foi claro, é uma obra do PAC, do Governo Federal, e tem no ministro de transportes a pessoa mais comprometida com a causa, agora vai!

Vários produtores falaram das condições de trabalho nas reservas, da falta de ajuda, mas com a estrada, como falou o representante do IBAMA, o que nunca foi agora vai!

Até o movimento político estudantil da UFAM levantou a bandeira com um discurso emotivo, curiosa cidade de Humaitá que vive no isolamento, cidade sofrida, perace que não sabem o que Novo Aripuanã, Manicoré, Borba e Apuí não sofrem? será que estas cidades estão ligadas diretamente a capitais de estado como Porto Velho?

Resulta agora que a situação da BR-163 é fantástica e que estão sendo conseguidas vitorias no âmbito ambiental, ainda não sei, porém ele falou que aqui tudo vai ser diferente, esta vai ser o modelo, em relação aos recursos dessas unidades de conservação, a falta de pessoal, agora não vai ser mais um problema porque o IBAMA vai fazer concurso, até agora nunca deu conta, de agora em diante vai dar, agora tudo vai!

Bom, teve também, óbviamente, a aparição de pessoas que atacaram "ONGs estrangeiras", o suposto domínio que querem dos recursos desta imensa fortuna chamada Amazônia.

Por ultimo quero dizer que a luz foi embora !, em boa hora mesmo, porque sendo 00:30hrs da noite voltamos para casa refletindo o futuro deste povo...

duvidas, perguntas? estou aberto ao debate.

domingo, 5 de abril de 2009


UEA DE LÁBREA PROMOVE TROTE SOCIAL AOS NOVOS ACADÊMICOS DO CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL


por Duarte Amâncio e Marcelo Messias


Aconteceu nesta segunda feira dia 30 de março a aula inaugural do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental pela Universidade Estadual do Amazonas UEA. O curso, que será ministrado no Centro de Estudos Superiores de Lábrea, representa um enorme passo rumo ao desenvolvimento socioambiental de nosso município, já que o Lábrea está na lista dos que mais desmatam no estado do Amazonas, único município a figurar na lista oficial do Ministério do Meio Ambiente.

Participaram da solenidade a diretora do centro, os professores dos cursos de Educação Física, Matemática e Tecnologia em Análises e Desenvolvimento de Sistemas, a professora da disciplina de Português instrumental, funcionários administrativos e demais acadêmicos da UEA.

Os calouros do curso de Gestão Ambiental foram recebidos pela diretora do centro, senhora Balthernilza B. Santana, juntamente com o quadro docente e discente desta instituição, que os acolheram calorosamente. Também se fez presente o técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sr. Adalfran Ribeiro Feitosa o qual esteve explicando a importância de uma estratégia de gestão ambiental para o município.

Os alunos foram submetidos em seguida ao “trote social” com o objetivo de adquirir a maior quantidade de alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal no comercio local e em residências. Todo o material adquirido será doado para famílias carentes do município. Também inclui no trote social, a coleta de latinhas de alumínio e doação de sangue. As atividades foram divididas ao longo da semana, com o encerramento previsto para sábado dia 04/04/09 com um café da manhã entre todos os acadêmicos funcionários e professores.

“Tecnólogo em Gestão Ambiental”

O curso de Tecnologia em Gestão Ambiental foi oferecido no Vestibular da UEA de 2008 e faz parte do Programa de Formação Científico-Tecnológica das Populações dos Municípios das Áreas Protegidas do Estado do Amazonas, implantado recentemente pela Universidade.Após o término do curso, o tecnólogo em Gestão Ambiental estará apto a planejar, gerenciar e executar as atividades de diagnóstico, avaliação de impacto, recuperar áreas já degradadas e realizar o acompanhamento e monitoramento da qualidade ambiental. Poderá, ainda, implantar políticas e programas de educação ambiental, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida e preservação da floresta. O curso tem duração prevista de 04 anos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Subsistema de saúde indígena e o desmonte das organizações indígenas no Sul do Amazonas


Por Marcelo Horta Messias Franco[1]



O colapso de organizações indígenas que se conveniaram com a FUNASA desde a criação dos DSEIS[2] hoje é tido como um fato consumado ao que muito se atribui a ‘inexperiência da gestão indígena’ ou mesmo ‘a falta de acompanhamento e capacitação’ pelo próprio órgão federal junto às Organizações.

O que pouco se discute é até que ponto decisões políticas de servidores públicos sem nenhum compromisso com a causa indígena e atos administrativos de caráter unilateral foram determinantes para o descontrole e conseqüente colapso das OI na Amazônia brasileira.

No caso da Organização dos Povos Indígenas do Médio Purus (OPIMP), da região sul do Amazonas, com a qual trabalhei como assessor pela Opan[3] durante um período de dois anos (2005-2007), o viés político-partidário da relação entre Coordenação Regional da FUNASA (CORE AM) e OIs ultrapassou os limites da insensibilidade e falta de tato da Fundação para com a diversidade cultural do mundo indígena, causando um impacto real na força política da OPIMP no âmbito regional, levando a crer que o “arranjo macro-político nacional” infelizmente não trouxe resultados satisfatórios para o Movimento Indígena, levando-o de encontro a grupos radicalmente contrários a seus direitos constitucionais.

Fundada em 1995 não sem o apoio de entidades como a COIAB[4] o CIMI[5] e a própria Opan, a Organização dos Povos Indígenas do Médio Purus, conseguiu se firmar como ponto de referencia para a população índia da calha do médio rio Purus, representando politicamente uma população de aproximadamente 5.000 pessoas residentes em 21 áreas indígenas e 82 aldeias das etnias Paumari, Apurinã, Jarawara, Jamamadi, Madihadeni, Suruwahá e Banawá.

A estrutura dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, quando implantada, através da publicação do decreto 3.156 de 27/08/99 e portaria 852 de 30/11/99 teve a OPMIP, já com alguma experiência administrativa e com uma ótima experiência como articuladora nas bases, como a natural candidata a assumir a gestão da saúde naquele distrito, muito embora a FUNASA do Amazonas tivesse tentado de vários modos impor uma ONG conveniada criada dentro do próprio órgão, o que foi prontamente rejeitado dentro do novo distrito.

No âmbito local, assumir o DSEI representou para a OPIMP pronta ascensão social para algumas de suas principais lideranças, uma verdadeira “virada de mesa” no nível das relações políticas e interétnicas dentro dos municípios de Lábrea, Canutama e Tapauá; a superação da imagem do índio como “freguês do patrão” para ocupar o posto de comprador e empregador, assinando anualmente convênios nas cifras de um a dois milhões de reais.

Os problemas gerenciais começaram a surgir a partir do momento em que a FUNASA, com uma má comunicação entre DSEI (Município) – CORE (Estado) e DSAI (Brasília) começou a prender as planilhas de prestações de contas das conveniadas causando danos absurdos a nível local, principalmente atrasos de pagamentos aos funcionários do convenio, dividas com fornecedores de combustíveis, alimentação e medicamentos. Os funcionários do convenio em Lábrea chegaram a ficar um período de oito meses sem receber seus salários, as falhas nos depósitos de seus direitos trabalhistas geraram multas para a OPIMP e posteriormente ações em série no fórum trabalhista da comarca de Lábrea.

A coordenação da OPIMP nesse período começa a travar uma verdadeira guerra de nervos com a Coordenação Regional da FUNASA em Manaus, dirigida pelo então coordenador Sr. Francisco Aires, cidadão que no final do ano de 2007 acabou exonerado após o divulgado “escândalo dos estagiários”.

Foi um período de intenso desgaste político em nada benéfico para as populações indígenas alijadas de seu direito básico pelo atendimento a saúde. Inúmeros casos de omissão, desperdício de dinheiro público, concessão de privilégios a parentes de funcionários e gente ligada às prefeituras foram denunciados pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena. Casos absurdos de óbitos nas aldeias por falta de recurso para remoção dos pacientes pareceram passar desapercebidos, índices de malária alarmantes e a estrutura conquistada em 99 totalmente sucateada sem previsão de renovação. Enquanto isso assistiu-se ao inchaço da folha de pagamento das prefeituras com o dinheiro público da saúde indígena contratando funcionários para ficar na cidade, sem função e outros absurdos mais.

A comunicação de que a OPIMP não seria mais a conveniada no DSEI médio Purus veio sem uma proposta de transição. A FADERH, uma ONG criada dentro da CORE AM não inspirava confiança, uma entidade desconhecida até então. Mais tarde descobriu-se que a pessoa que esteve em Lábrea para apresentar a “nova ONG” para os indígenas era sobrinho de servidor da CORE e que estava diretamente ligado ao caso dos estagiários...

Para a OPIMP não restou alternativa que não a derrocada, as dívidas a incredulidade. As dividas permanecem na casa dos duzentos mil reais contando com as condenações na justiça trabalhista. A penhora dos bens patrimoniais não foi efetuada. A OPIMP não teve condições de contratar um advogado. As parcerias se distanciaram e mesmo a coordenação foi dissolvida. Em resumo, a situação não foi resolvida e administração da saúde indígena continua péssima em 2009. No dia 08 de janeiro deste ano um grupo de lideranças indígenas organizou uma manifestação em Lábrea para cobrar da FUNASA a melhoria no atendimento, culminando no afastamento de alguns funcionários em nova mudança da chefia do DSEI agora dentro de uma perspectiva de autonomia financeira.

Não pretendo apresentar, nessa pequena nota o movimento indígena organizado simplesmente como ‘vitima’ e a FUNASA como ‘vilã’ no contexto apresentado mas, através deste, contribuir com o debate mais amplo onde se viu importantes organizações indígenas de alcance regional literalmente falirem, por conta da completa falta de compromisso e desorganização estatais, fator que acabou comprometendo os trabalhos que as Organizações Indígenas vinham realizando em prol das aldeias em relação à outras áreas importantes como: educação diferenciada, proteção dos territórios e meio ambiente o desenvolvimento sustentável e a valorização cultural. De fato, as grandes vítimas nesse período da historia indígena que foi o período das celebrações dos convênios com a FUNASA foram as populações das aldeias, sofrendo por descaso e omissão e sofrendo ainda mais pelo enfraquecimento de suas organizações representativas.

Textos de referência:

Aparício M, Van der Mark M. Avaliação do Convênio OPAN/FUNASA 2000-2007, Operação Amazônia Nativa Cuiabá , 2007;

Garnelo L, Sampaio S. As bases sócio-culturais do controle social em saúde indígena. Problemas e questões da Região Norte do Brasil. Cadernos de Saúde Pública 2003;
JORNAL A CRITICA. Polícia Federal indicia coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde, Francisco Aires, por formação de quadrilha e peculato, Manaus AM em 03/09/2008 Ed. 2125

Organização dos Povos Indígenas do Médio Purus. Descaso e omissão de socorro pela FUNASA com a saúde indígena no médio Purus, Boletim Informativo da OPIMP, Lábrea, abril de 2006;
[1] Sociólogo, Instituto Internacional de Educação do Brasil
[2] Distritos Sanitários Especiais Indígenas
[3] Operação Amazônia Nativa
[4] COORDENAÇAO DAS ORGANIZAÇOES INDIGENAS DA AMAZONIA BRASILEIRA
[5] Conselho Indigenista Missionário