Seminário reúne gestores de unidades de conservação
da Amazônia para discutir e propor ações sobre gestão participativa
Por Maria Emília Coelho,
assessora de comunicação do IEB
A participação da
sociedade civil na gestão das unidades de conservação foi o tema central do
seminário “Gestão
participativa de unidades de conservação no sul do Amazonas, nordeste de
Rondônia e norte do Mato Grosso”, que reuniu neste mês gestores de mais de 20
áreas protegidas federais e estaduais de uso sustentável. A ideia do encontro, que
aconteceu entre os dias 9 e 11 de outubro, no Centro de Formação e Cultura da
Kanindé, em Porto Velho, foi promover a troca de experiências.
O evento, organizado pelo
Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), contou com a participação
de coordenadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), e do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC) do Amazonas,
além de técnicos da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da Secretária do Meio
Ambiente (SEMA) do Pará.
“A realização do seminário
está relacionada às diversas iniciativas de parceria do IEB com o ICMBio e o
CEUC. A ideia é promover um espaço de discussão e reflexão, criando um ambiente
de aprendizagem coletiva”, explicou Henyo Trindade Barretto, Diretor Acadêmico do
IEB.
“A gestão participativa
não é uma forma de gestão, é uma obrigação legal. As UCs não são do ICMBio, são
da sociedade. A participação social não é só através dos conselhos, tem que
estar na criação das UCs, nos planos de manejo, nos licenciamentos ambientais”,
disse a analista ambiental do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, Aline
Polli, durante sua apresentação no primeiro dia do evento.
A analista também explicou que o ICMBio vem investindo na
formação dos gestores há três anos através do curso Ciclo de Capacitação em
Gestão Participativa, e que a proposta agora é batalhar para o fortalecimento
das bases com capacitação dos atores sociais e formação de novas lideranças
comunitárias: “Os conselhos não podem ficar no papel. Nosso desafio é fazer
eles funcionarem de verdade”
O subcoordenador do CEUC,
Francisco Pinto, apresentou o Programa de Monitoramento da Biodiversidade e do
Uso de Recursos Naturais em Unidades de Conservação Estaduais do Amazonas
(ProBUC), que conta com a participação dos comunitários na coleta dos dados: “O
desafio é trabalhar a base organizacional e conseguir mais recursos para fiscalização
e gestão participativa. A meta do órgão estadual é triplicar o número de Agentes
Ambientais Voluntários (AAV) até 2014.
Após as apresentações das
instituições de governo, os participantes foram divididos em grupos temáticos
com o objetivo de qualificar a discussão em assuntos prioritários: Gestão
participativa; Manejo de Recursos Naturais; Vigilância e Fiscalização, e Povos
e Territórios Indígenas.
Cada grupo, que contou com
a assessoria técnica de consultores do IEB, refletiu sobre algumas questões: Por
que esse tema é importante para a gestão participativa? Quais são os
problemas? Quais as causas? E quais as consequências desses problemas para o
futuro das UCs?
No segundo dia do evento, o
debate seguiu com a ideia de como viabilizar a gestão participativa nas
unidades de conservação. Quatro perguntas foram colocadas para os grupos
temáticos: Quais as propostas de encaminhamentos? Quais são os aspectos legais,
normativos e institucionais? Que atores podem influenciar esse processo? E quais
as ações prioritárias?
Para Josinaldo Aleixo,
consultor do IEB, a convivência de três dias entre os estaduais e os federais, o
pessoal do Pará e a Funai, “foi muito bom para se conhecer as complexidades de
cada um. Se os problemas são muito parecidos, as soluções também podem ser”. Ele
também sugeriu que os órgãos invistam nesses encontros juntando os gestores duas,
três vezes por ano para trocar figurinha e compartilhar soluções .
O indígena Nilcélio
Rodrigues Jiahui, conselheiro da Floresta Nacional de Humaitá, que também foi
convidado para o debate, disse que pediu
para participar para entender melhor o que é gestão e qual a participação dos
comunitários nesse processo: “É uma experiência nova para mim e vou tentar
reproduzi-la para os povos indígenas da região”.
A indigenista
especializada da Coordenação Médio Purus da FUNAI, Paula Wolthers, sugeriu que
em um próximo evento seja discutido alguns estudos de casos, e também usar a
Reserva Extrativista Médio Purus e sua questão indígena como um projeto piloto.
“Esse espaço é bem
positivo e a gente espera dar continuidade a esse diálogo e a comunicação mais
próxima com os nossos gestores e com os nossos parceiros. Daqui estão saindo
algumas ideias de intercâmbio”, disse Iranildo Cursino Siqueira, chefe da
Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, no Amazonas, no encerramento do
evento.
Ao final do seminário, foi
formada uma comissão de animação com representantes
das diferentes instituições
presentes, com a proposta de manter o grupo mobilizado para a troca de
informações e a retomada dos encaminhamentos.
O IEB se comprometeu a
produzir uma publicação que trará o registro das memórias, ideias e propostas levantadas
durante os três dias de discussão. “A intenção é formar opinião e influenciar
eventuais tomadas de decisão”, completou Henyo Barretto.
2 comentários:
Parabéns! A todos que estão empenhados neste projeto com honestidade e pensando em um futuro melhor realmente. Heloiza Helena
excepcional,preocupação c/ a Amazonia.Parabens Henrique por fazer parte dessa preservação e tbem p/essariqueza nossa que é Amazônia.Digo,esse "crãnio",que é lindo e inteligente:LUIZ HENRIQUE.Vou levar o texto para meus alunos do Ensino Médio.Beijos e sucesso,Sua prima Ana Maria
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