Segundo módulo do Programa
de Formação em Agroextrativismo reúne indígenas e ribeirinhos em Ji-Paraná e na
Terra Indígena Zoró
Mais de trinta lideranças
extrativistas e indígenas da Amazônia estarão reunidas novamente para
participar do 2º módulo do Programa de Formação em Agroextrativismo e Cadeias
Produtivas Sustentáveis. A ideia desta etapa do curso, que acontece entre os
dias 4 e 18 de novembro, no município de Ji-Paraná, em Rondônia, é estimular os
participantes a construírem juntos os caminhos para o manejo sustentável dos
recursos naturais da floresta onde vivem.
O objetivo do programa de
formação é promover a discussão entre comunidades tradicionais e indígenas
sobre os conhecimentos agroextrativistas. Através do diálogo sobre suas próprias
realidades e culturas, o curso facilita a troca de saberes sobre as boas
práticas do manejo sustentável dos recursos naturais realizadas por eles e as
novas tecnologias. Pretende-se assim estimular a reflexão do grupo frente aos
novos desafios e situações de consolidação das áreas protegidas.
O programa é composto por
três módulos realizados em distintos municípios localizados no sul do Amazonas,
sudeste de Rondônia, e noroeste do Mato Grosso, e dirigido a um grupo fixo de participantes
oriundos de oito terras indígenas e cinco unidades de conservação desta região.
Durante todo o programa
serão realizadas aulas expositivas, trabalhos em grupo, exposição de fotos e
vídeos, e viagens de intercâmbio de experiências. Os participantes também
desenvolvem pesquisas de campo no período compreendido entre um módulo e outro.
O primeiro módulo trabalhou
o conceito de sistemas de produção. Trinta e cinco lideranças comunitárias e
indígenas se reuniram no município de Humaitá, no sul do Amazonas, entre os
dias 18 e 31 de julho deste ano. Neste período, o grupo também realizou uma
viagem de intercâmbio até a aldeia Canavial na Terra Indígena Ipixuna e uma
visita à uma comunidade ribeirinha às margens do Madeira.
O tema central deste
segundo módulo é o manejo sustentável dos recursos naturais. A primeira parte é
composta por aulas expositivas sobre recursos renováveis e não renováveis,
manejo predatório x manejo sustentável, atividades econômicas com recursos da
natureza, entre outros temas, além de
apresentação de fotos e vídeos, dinâmicas em grupo, e conversas em sala
de aula.
Em um segundo momento, o
grupo realizará uma viagem à Terra Indígena Zoró, no município de Rondolândia,
em Mato Grosso, próximo à divisa com Rondônia, para a pesquisa de campo sobre
as boas práticas do manejo da castanha realizadas pelos índios nesse território.
Na aldeia, todos trocarão experiências e serão divididos em grupos de trabalho para
responder as perguntas: O que queremos
observar no intercâmbio? E Como vamos registrar o que foi observado?
Para a engenheira
florestal Andreia Bavaresco, coordenadora pedagógica do programa, a principal
ideia nesta etapa da formação é trabalhar o manejo dos recursos naturais como uma
estratégia de desenvolvimento sustentável dessa região: “vamos colocar para os
alunos a importância do manejo para a produção agroextrativista e quais os
benefícios das boas práticas de manejo para a valorização dos recursos naturais
e para a manutenção da floresta em pé”.
O conhecimento será construído junto com as lideranças comunitárias envolvidas. A longo prazo,
haverá a constituição de uma rede qualificada de interlocutores locais
enraizados em seus territórios, e discutindo as suas perspectivas e horizontes
de futuro.
O Programa de Formação em
Agroextrativismo e Cadeias Produtivas Sustentáveis faz parte das atividades do
projeto “Conservação da Biodiversidade em Terras Públicas na Amazônia”, uma
parceria do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) com as organizações
não governamentais Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí (Gamebey),
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Conservação Estratégica (CSF
Brasil), Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM) e Operação Nativa Amazônica
(OPAN), e com o apoio financeiro da USAID (Agência Americana para o
Desenvolvimento Internacional).
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